terça-feira, 6 de setembro de 2011

No caminho da busca...


Esse é um  novo momento...Onde  busco outros caminhos com a finalidade de aprimorar minha trajetória e dá mais tempero a jornada aqui na terra.  Assim , esse cantinho também será nutrido pelos tropeços, pelas conquistas, pela luta e com certeza pela vitória ...


domingo, 29 de maio de 2011

O LÚDICO:COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM SINDROME DOWN

O brinquedo é uma importante via de conhecimento, impulsionando a construção de conceitos e processos em um desenvolvimento. O brinquedo não é o aspecto predominante da infância, mas através dele a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende de motivações internas. (VYGOTSKY,1998, p. 29)
De acordo com as idéias de Vygotsky (1998), o brinquedo impulsiona o conhecimento, sabendo que a Crianças com Síndrome de Down necessitam de apoio diferenciado no seu processo de aprendizagem é que se destaca o lúdico como estratégia para alcançar este objetivo.
Dispor de uma cultura lúdica é dispor de um certo número de referências que permitem interpretar como jogo atividades que poderiam não ser vista como tais por outras pessoas" (Brougère,1998, p.24).
O brincar é uma atividade própria do desenvolvimento infantil, na qual permite a interação das crianças com as outras, onde elas exteriorizam seus desejos, estimulando a memória e a imaginação, visto que este sentimento lhe permite adentrar em mundos tão próprios da imaginação infantil.

O lúdico no contexto escolar amplia as possibilidades de aprendizagem das crianças, pois essa estratégia possibilita que os alunos vivenciam diferentes papéis, construindo e ordenando o mundo à sua volta. Através do brincar a criança organiza suas ações, sentimentos e desejos, conseguindo juntar o pensamento, linguagem e a fantasia.
O brincar não é apenas um passatempo do universo infantil, pois através desta ação a criança organiza suas relações e ressignifica seu conhecimento, dessa forma, na escola, principalmente a inclusiva, o brincar deve ser atribuído duas vertentes. Uma, o respeito por essa linguagem tão própria da criança – O BRINCAR E A BRINCADEIRA - e a outra como estratégia de aprendizagem.
Neste pensamento, o brincar terá um aspecto bastante relevante, no qual o enfoque sai do ambiente natural e passa a ser um interessante objeto de análise. Todavia, este será desenvolvido de forma significativa, onde as crianças explorem sua capacidade motora, interaja com seus companheiros, resolva conflitos e construa conhecimentos através desta ação.



Brincar é mais do que uma atividade sem conseqüência para a criança. (...) aproxima-se da arte, tendo em vista necessidade da criança criar para si o mundo às avessas para melhor compreendê-lo. Brincando, ela não apenas de diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive, se relaciona com este mundo. Brincando, a criança aprende!(Vygotsky, 1988, p.81)
A brincadeira, por mais livre que seja, exige dos seus participantes habilidades para definir suas estruturas e regras, o que faz com que o educando exercite o seu desenvolvimento mental e a atividade lingüística ao permitir o uso da fala, do pensamento e da imitação. Desta forma as atividades lúdicas desenvolvem várias capacidades que permitem a construção de regras e de diferentes papéis sociais aguçando a imaginação e criatividade, como descreve Wallon .



A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas.(WALLON, p.210). Para que o lúdico no contexto educacional tenha o aspecto que aqui se descreve é necessário ressaltar a ação do professor para isto, destaca se a mediação como condição de elaboração do pensamento e da ação como enfatiza Vygotsky (1988).
O atraso no desenvolvimento cognitivo e nas funções motoras da criança com Síndrome de Down é fato, todavia isso não é impasse para sua educação. Muitos fatores foram destacados no que se refere em como educar uma criança com Síndrome de Down, todavia assim como as demais uma boa dosagem de afeto, amor e limites são receitas básicas para se educar qualquer individuo, no entanto no que se refere a pessoas com necessidade especiais há se ter maiores precauções, pois como já descrito é necessário maior firmeza ao educar e por terem dificuldades de compreensão, essas crianças precisam ser ensinadas de forma repetitiva para que assimilem com menos dificuldade o aprendizado, pois como aborda Vygotsky(1984) .
O brinquedo fornece ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência. A ação na esfera imaginativa, numa situação imaginária, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas - tudo aparece no brinquedo, que se constitui, assim, no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar. A criança desenvolve-se, essencialmente, através da atividade de brinquedo. Somente neste sentido o brinquedo pode ser considerado uma atividade condutora que determina o desenvolvimento da criança. (VYGOTSKY, p.117, 1984)
Neste ínterim, a brincadeira se destacará na aprendizagem da Criança com Down como organizadora do seu entendimento e da sua linguagem. Pois, situações como brincadeira de faz de conta, no qual jogo simbólico é elemento base desta estratégia. A criança a partir de uma situação imaginária recria situações através de um jogo mímico, ou seja, as elas imitam os adultos dando significado a suas ações.
A deficiência intelectual como marca da Síndrome é configurada como dificuldades em abstrair conceitos curriculares trabalhado na escola, sendo assim, através de jogos e brincadeiras as crianças sindrômicas apropriam se dos conteúdos de maneira significativa e lúdica, pois para estas pessoas a aprendizagem, através da brincadeira, torna-se função motivadora, ajudando, assim, a desenvolver confiança em si e suas capacidades, começando a ter maior percepção a respeito do outro. Por este motivo, tanto o lúdico, como o ambiente no qual a criança está inserida, são importantes para seu desenvolvimento.
Rousseau (1968) destaca que a as crianças têm maneira de ver, sentir e pensar que lhe são próprias e só aprendem através da conquista ativa, ou seja, quando elas participam de um processo que corresponde à sua alegria natural. (ROUSSEAU apud BITTENCOURT e FERREIRA , 2002. A idéia de Rousseau sobre a singularidade das crianças comunga com os ideais da aprendizagem significativa, na qual através de suas vivencias se atribui os significado a sua aprendizagem, favorecendo assim inclusão das crianças com Síndrome de Down. Bittencourt e Ferreira (2002), no artigo O Lúdico na Alfabetização trás as fala desses teóricos com a finalidade de afirmar a importância deste aspecto para educação como todo, para isto elas destacam que:

Froebel , a educação mais eficiente é aquela que proporciona atividades, autoexpressão e participação social às crianças. Ele afirma que a escola deve considerar a criança como atividade criadora e despertar, mediante estímulos, as suas faculdades próprias para a criação produtiva. Sendo assim, o educador deve fazer do lúdico uma arte, um instrumento para promover a facilitar a educação da criança. A melhor forma de conduzir a criança à atividade, à auto-expressão e à socialização seria através do método lúdico.  Nesta expressão, as autoras destacam através dais idéias de Froebel como propulsor do lúdico como estratégia de aprendizagem, considerando que desta forma promoverá auto expressão e a criatividade da criança e assim ratifica a hipótese de como essa estratégia pode ser enriquecedora.
Na abordagem de Dewey (1952) e Piaget (1973) elas destacam o jogo e sob olhar pensador norte-americano, afirmando que o jogo não é apenas uma forma de desafogo ou entretenimento parta gastar energia das crianças, mas meios que contribui enriquecem o desenvolvimento intelectual, Dewey (1952). E, para Piaget (1973), os jogos e as atividades lúdicas tornaram-se significativas à medida que a criança se desenvolve, com a livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstituir, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. Essa adaptação só é possível, a partir do momento em que em que ela própria evolui internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem escrita que é o abstrato.
Assim como Bittencourt e Ferreira (2002), acreditam que o lúdico é tão discutido e importante para psicólogos e pensadores, não seria este o momento da escola parar e refletir também sobre a importância do lúdico (jogos e brinquedos) para a criança? E para aquela que necessitam de práticas diferenciadas?

Através do brincar a criança usufrui da sua liberdade de criação e sente que a vida é digna de ser vivida. Deixar isso fora dos muros da escola é ignorar a linguagem da criança. É desconhecê-la como sujeito de direito e deveres, pois o brincar está garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente em seus artigos 4, 59, 71 e 124, inciso XII. Família, comunidade, sociedade e Governo são obrigados a garantir o lazer da criança e do adolescente, assim como garantir os direitos à cultura e às práticas esportivas.
Assim, de acordo com que foi descrito há uma estreita relação entre o brincar e o aprender, tanto para as crianças com deficiência, como as demais. Pois a brincadeira amplia seus espaços, saindo do pátio da escola e adentrando no processo de aprendizagem. No entanto, ainda há uma dicotomia em relação aos benefícios que a brincadeira trás para as crianças e seu aprendizado, pois, infelizmente ainda é muito comum ouvir que as crianças pequenas vão para escola apenas para brincar, utilizando este termo de forma pejorativa como se o brincar fosse apenas um ato de descontração ou de ocupação de tempo desmerecendo o verdadeiro significado do lúdico na vida das crianças.

LUDICIDADE



O lúdico tem sua origem na palavra "ludus" que quer dizer jogo, O lúdico faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo funcional e satisfatório. Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação, o movimento vivenciado.
Pensar em situações com estas, logo se exprime pensar no prazer, na satisfação, na alegria e na felicidade. Ao relacionar estes sentimentos a prática docente supõe viabilizar novas estratégias de aprendizagem, no qual a ordem é transformar o ambiente engessado de sala de aula em múltiplos caminhos de conhecimento e interação.
O conceito de Ludicidade no cerne da academia denota muitas teorias, mas o trabalho que aqui se segue abordará através do princípio descrito por Cipriano Luckesi que a conceitua como uma experiência de plenitude que ela possibilita a quem a vivencia em seus atos (1988), ou seja, é o estado de inteireza em que sujeito estabelece com as experiências vividas. E, fará um paralelo com autores como Cunha (1994), Almeida (1994), Ferreiro (1980) Marcelino (1996), que descrevem a ludicidade como uma possibilidade de brincar através de uma situação de aprendizagem.
Para refletir sobre esta abordagem faz se necessário à compreensão do descrito conceito, e nada mais elementar do que as palavras do Luckesi (1998), para ilustrar esta perspectiva filosófica:
O que é o lúdico, tenho tido a tendência em definir a atividade lúdica como aquela que propicia a “plenitude da experiência”. Comumente se pensa que uma atividade lúdica é uma atividade divertida. Poderá sê-la ou não. O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude que ela possibilita a quem a vivencia em seus atos. A experiência pessoal de cada um de nós pode ser um bom exemplo de como ela pode ser plena quando a vivenciamos com ludicidade. É mais fácil compreender isso, em nossa experiência, quando nos entregamos totalmente a uma atividade que possibilita a abertura de cada um de nós para a vida.
O autor neste parágrafo retirado do artigo Desenvolvimento dos Estados de Consciência e Ludicidade (1988) descreve que algumas situações como dançar, conversar, escrever e brincar são situações lúdicas, desde que tenha uma entrega absoluta, no entanto ele também faz uma ressalva que mesmo sendo uma atividade lúdica como um jogo de bola, uma amarelinha e um pega-pega estas podem ter esse significado como não.
Sendo assim, através dessa abordagem, nem todos os momentos de brincadeira estão ligados diretamente ao um momento lúdico, pensando nisso é que se cogita sobre as estratégias de aprendizagem vivenciadas nas escolas e como elas se configuram a partir desta conceitualização e do conceito do lúdico como estratégia de aprendizagem sobre a forma do brincar. Para isto, são necessárias as idéias Marcelino (1996) que contrapõe a de Luckesi, salientando que aspecto lúdico esta estritamente ligada à relação do brincar:
É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção... “Como se fora brincadeira de roda...” (MARCELINO, 1996.p.38).
Marcelino (1996), parte da idéia que a ludicidade tem aspecto mais abrangente e que ela esta em todos os momentos voltados ao ato de brincar. Nesta reflexão, o autor destaca que o aspecto lúdico é formador de bases para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Partindo destas premissas e analisando os aspectos entorno do desenvolvimento infantil, torna-se claro que o que mais se evidencia é o brincar, pois a brincadeira é a principal forma das crianças se expressarem. Autores como Wallon, Piaget e Vygostk , asseguram que o brincar exerce uma função ímpar no desenvolvimento infantil. Desta forma, acreditando que o espaço de aprendizagem não se resume a sala de aula e que as crianças aprendem em diferentes contextos é que se questiona esta ação no desenvolvimento das crianças e principalmente para aqueles que necessitam de ação diferenciada no seu processo de aprendizagem. Ao brincarem as crianças estão atribuindo significado as suas vivências, pois mesmos os estímulos simples que são dados aos bebês são importantes referências para o seu desenvolvimento. Quando a criança brinca a mente trabalha e desenvolve conexões elaboradas, desprezar essa linguagem é uma forma cruel de se relacionar com as crianças.

sábado, 21 de maio de 2011

A ESCOLA FRENTE À INCLUSÃO: DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM PARA GARANTIR A EDUCAÇÃO A TODOS


A inserção das pessoas com deficiências nas escolas comuns é uma realidade. A inclusão na perspectiva que descrevem os documentos, infelizmente ainda é um sonho, pois a escola ainda há muito que fazer para que a inclusão aconteça de fato.

A acessibilidade é um dos fatores imprescindível para a o sucesso da Inclusão, mas o primordial é uma atitude igualitária, na qual tenha consciência de que cada sujeito é único assim como seu processo de aprendizagem.

Trabalhar com a diversidade, não é tarefa muito fácil, visto que todos são únicos, mas quando se refere a diferentes formas de se aprender o professor se tornar um dos elementos propulsor deste processo. Pois ele é responsável pela perspectivas de aprendizado do aluno com ou sem deficiência, e para isso é necessário como descreve Mittler (2003) superar o mito da necessidade da capacitação especializada para ensinar alunos com deficiência, como também o de um “dom especial” para trabalhar com eles. É preciso, sim, desenvolver no professor o respeito pela diferença, a capacidade de perceber que a heterogeneidade presente numa sala de aula pode ser enriquecedora para o aprendizado e não algo que atrapalha o seu trabalho e que, por conseguinte, deve ser banido, como ainda capacitá-lo a atuar com a heterogeneidade.

A inclusão da criança com Síndrome de Down na educação é constante a garantia da sua aprendizagem ainda é um desafio, no entanto percebe-se que para garantir a aprendizagem destas pessoas é necessário o professor abrir mão das metodologias tradicionais de ensino e promover um olhar nas especificidades dos alunos.


ESCOLARIZAÇÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN


 A escolarização das pessoas com Síndrome de Down, assim como as demais pessoas com deficiências teve em sua história fortes marcas e segregação e preconceito. Hoje, pergunta-se se há um maior número de pessoas com deficiência no cerne da sociedade moderna, no entanto através deste estudo percebe-se que o que acontece é que essas pessoas ao longo da historia da humanidade encontraram excluídas e sem nenhuma forma de visibilidade, tanto o contexto social como no educacional.
Fazendo uma breve retrospectiva sobre a historia as atitudes ou conceitualização sobre deficiência, observa se claramente como esse percurso foi árduo. Na antiguidade, segundo documentos, as únicas alternativas sócias , para as pessoas com deficiências era a aniquilação, abandono ou confinamento, pois o marco daquela época era os ideais de eugenia – condição propícia para melhoria da raça – assim aqueles que não atendessem a este padrão eram excluídos. Os egípcios ligavam a idéia deficiência ao pecado de um povo, a uma maldição. Para os gregos uma forma de castigo ou vingança dos Deuses. Os romanos também percebiam como impureza ou resultado dos pedados cometidos pelos pais. Na idade média, com advento do Cristianismo, lança-se um olhar a pessoa com deficiência, entretanto este olhar tem o caráter de piedade, no qual já atribui a esse sujeito uma alma, esta necessita de cuidados, não cabendo mais a eliminação ou abandono, mas sim assistência através de preces e orações. Na idade moderna através da filosofia humanística iniciam-se os estudos sobre as pessoas que apresentam alguma anormalidade, neste estudo o foco é direcionado a patologia, todavia nesta época é um grande marco para a inserção destas pessoas na sociedade. A priori o olhar era para os aspectos médicos, no entanto foi ai que surgiu o interesse educacional, não como base para desenvolvimento cognitivo, mas sim como forma de terapia.
Então, na primeira metade do século XX, com o movimento de pais preocupados com desenvolvimentos destas pessoas é que surgiram as primeiras escolas especializadas em atendimento a pessoa com deficiência.
Estas escolas denominadas como especiais, visam promover o desenvolvimento global dos alunos com deficiências, oferecendo atendimento especializado, respeitando as diferenças individuais, de modo a lhes assegurar o pleno exercício dos direitos básicos de cidadão.
A escola especializada proporciona a pessoa com deficiência à promoção de suas capacidades, através de estratégias direcionadas para o desenvolvimento pleno de suas limitações , além da promoção na participação ativa na vida social e no mundo do trabalho, sendo estes os objetivos principais da educação especial.
Essa prática pedagógica adaptada as diferenças individuais vêem sendo promovidas tanto em escolas especiais como também dentro das escolas do ensino regular. Mas, a partir do final dos anos 80 uma nova e decisiva diretriz foi lançada para educação das pessoas com deficiência. A INCLUSÃO

APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN NA ESCOLA



As experiências e vivências são situações ricas em aprendizagem, Para Ausubel (1978) é essencial que haja uma interação entre a nova informação (conceitos, idéias) e os conhecimentos prévios, existentes na estrutura cognitiva do estudante, desta forma tanto a crianças com síndrome ou as sem, têm sua aprendizagem baseada neste princípio. No entanto, no que se refere à aprendizagem das crianças com síndrome de Down faz se necessário esclarecer alguns aspectos importantes para seu desenvolvimento escolar, com denota o seguinte autor:
O fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que madure lentamente. (SCHWARTZMAN, 1999, p. 246).
Como descrito anteriormente, a criança com Síndrome de Down tem o desenvolvimento mais lento que as demais, todavia como sugere Schwartzman (1999), isso não significa que a aprendizagem não irá acontecer, visto que é necessário saber que a síndrome é caracterizada através do déficit cognitivo da criança, assim como suas características especificas da síndrome.
A aprendizagem das crianças com Síndrome de Down na escola depende da harmonia de fatores neurológicos, e das funções especificas como linguagem, percepção, esquema corporal, orientação têmporo-espacial e lateralidade. Também é importante ressaltar que além dos fatores descritos a escola exerce um fator primordial na aprendizagem destas pessoas.
Os fatores neurológicos, nestas pessoas tem aspectos diferenciados, assim como seu desenvolvimento escolar pois se para muitos o processo de alfabetização é muito comum, para outros esta perspectiva é muito distante, pois é comum observarmos na criança Down, alterações severas de internalizações de conceitos de tempo e espaço, que dificultarão muitas aquisições e refletirão especialmente em memória e planificação, além de dificultarem muito a aquisição de linguagem.
As crianças com deficiência intelectual apresentam uma considerável dificuldade em resolver situações problemas que exijam o raciocínio lógico e abstrativo, isso ocorre por que a síndrome se apresenta através imaturidade nervosa e pode dificultar funções mentais como: habilidade para usar conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação, relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio e transferência na aprendizagem.
As deficiências e debilidades destas funções dificultam principalmente as atividades escolares, no entanto vale destacar que a mesma e seu posicionamento perante o ensino destas pessoas, torna-se fator incisivo no seu processo de aprendizagem.
Entre outras deficiências que acarretam repercussão sobre o desenvolvimento neurológico da criança com síndrome de Down, podemos determinar dificuldades na tomada de decisões e iniciação de uma ação; na elaboração do pensamento abstrato; no calculo; na seleção e eliminação de determinadas fontes informativas; no bloqueio das funções perceptivas (atenção e percepção); nas funções motoras e alterações da emoção e do afeto. (SCHWARTZMAN, 1999, p. 247)
Apesar, das descritas limitações há de se pensar nas possibilidades, neste ínterim não se descarta as possibilidades das crianças com Síndrome de Down de desenvolver e executar atividades diárias e ate mesmo adquirir formação profissional e no enfoque evolutivo, a linguagem e as atividades como leitura e escrita podem ser desenvolvidas a partir das próprias experiências.
As alterações do sistema nervoso interferem diretamente no desenvolvimento global e da aprendizagem. Todavia, não há um padrão de desenvolvimento previsível nas crianças com síndrome de Down, pois este assim como para as demais pessoas, o desenvolvimento da inteligência e algo singular que não depende exclusivamente da alteração cromossômica, mas é também influenciada por estímulos provenientes do meio, todavia não como dissociar que o desenvolvimento da inteligência é deficiente e normalmente encontramos um atraso global que repercutirá em algumas áreas do conhecimento